top of page

Açúcar FIT

Origem:

Postagem oriunda da rede social Instagram


Postagem:


Texto-resposta:

O autor da publicação se mostra indignado, pois, de acordo com sua interpretação, o açúcar da marca UNIÃO FIT está sendo comercializado como um produto saudável sendo que, para ele, isso é uma mentira e o mesmo apresenta argumentos para validar sua opinião. Ele afirma, segundo as informações nutricionais divulgadas no site da marca UNIÃO, que um sachê desse açúcar apresenta “2,49g de sacarose (açúcar) e equivale ao poder do adoçante de 1 col de chá (5g) de açúcar” sendo o restante composto por edulcorantes do tipo sucralose e antiumectante dióxido de silício e mostra-se, também, indignado com a frase colocada pela marca “ADOÇANTE DE MESA” colocando-a em caps-lock. Entretanto, tal publicação desconsidera dois fatos importantes, o primeiro relacionado à interpretação, isto é, o significado do termo “adoçante de mesa” e o segundo, relacionado ao poder de doçura do edulcorante, sucralose, que compõe o sachê desse açúcar.

Para quem se interessar em saber um pouco mais a respeito desse tema, segue abaixo um texto sobre o assunto.

O termo “adoçante de mesa” empregado na frase significa, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, um “produto formulado para conferir sabor doce aos alimentos e bebidas, devendo ser constituído por edulcorantes previstos na legislação e açúcar. Não é indicado para diabéticos.” Dessa forma, o termo empregado não está equivocado como deu a entender, de acordo com a interpretação do autor da publicação, muito pelo contrário, o açúcar UNIÃO FIT se adequa perfeitamente dentro dessa terminologia já que é composto por Sacarose (açúcar) e o edulcorante Sucralose que são os componentes que constam na descrição do que é “adoçante de mesa”.

Além disso, a sucralose é um adoçante de origem sintética e sua síntese é baseada na substituição de três hidroxilas (grupos OH) por três átomos de cloro (grupos Cl) na molécula da sacarose como pode ser visualizado na figura 1 abaixo.

A sucralose, por sua vez, é aproximadamente 650 vezes mais doce que a sacarose. Nesse sentido, o uso de uma pequena quantidade desse edulcorante no produto é totalmente compreensível. Pois, se fosse utilizado uma concentração menor de sacarose, que é menos doce que a sucralose, e uma maior concentração de sucralose, que é mais doce que a sacarose, adequando-se ao peso do sachê (2,5g), o produto teria um gosto extremamente doce, sendo praticamente impalatável, caso fosse colocado um sachê inteiro em um cafezinho, por exemplo. Com a opção oferecida pela empresa, o consumidor pode acrescentar uma quantidade muito menor do produto (comparado se ele estivesse usando sacarose pura) para obter o mesmo nível de gosto doce que está acostumado, pois a sucralose é muito mais doce que a sacarose (açúcar comum). Assim, a ingestão de açúcar e de calorias diminui.

A título de curiosidade, o antiumectante é utilizado a fim de atenuar as características higroscópicas de um alimento, isto é, a absorção de umidade pelo alimento. Como a sacarose possui alta solubilidade em água como, por exemplo, 28,2 g/100 mL em 20°C, há a utilização do antiumectante para evitar que as partículas de açúcar se agrupem ao entrar em contato com a umidade.

Portanto, é válido salientar que não é prudente haver um “terrorismo” sobre o açúcar, já que, assim como os demais nutrientes, o açúcar só causa danos à saúde se consumido em excesso. Além disso, faz-se necessário, também, uma pesquisa mais afundo sobre temas como esse ou qualquer outro antes de sua publicação em redes sociais, já que por serem meios de comunicação que atingissem boa parte da massa populacional, que, muitas vezes não possuem um conhecimento técnico ou aprofundado sobre o assunto, terminam construindo concepções erradas a respeito de um determinado produto, deixando, muitas vezes, de consumir sem ao menos ter um conhecimento prévio e correto sobre o mesmo.

Referências Bibliográficas:

BOBBIO, P.; BOBBIO, F. Química de Processamento de Alimentos. 3. Ed. Campinas: Livraria VARELA, 2001. p. 124-125.

BRASIL (2008). Resolução-RDC Nº 18, de 24 de março de 2008. Regulamento técnico que autoriza o uso de aditivos e edulcorantes em alimentos, com seus respectivos limites máximos. Diário Oficial da União, 2008. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/ > Acesso em: 26 Mai 2018.

HOUGH, L.; KHAN, R. The relationship between sweetness and the molecular structure of sucrose and its derivatives. In: MATHLOUTHI, M.; KANTERS, J. A.; BIRCH, G. G. (Ed.). Sweet-Taste Chemoreception. London: Applied Science Publishers, 1991, p.91-102. JENNER, M. R. Sucralose: unveiling its properties and applications. In: GRENBY, T. H. (Ed.). Progress in Sweeteners. London: Elsevier Applied Science, 1989, p. 121-141.

Sociedade Brasileira de Diabetes – SBD - http://www.diabetes.org.br/publico/





Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
Procurar por tags
Nenhum tag.
Siga
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Google+ Basic Square
bottom of page